Sociedade Líquida

 Fecho meus olhos para pensar a noite, depois de um dia cansativo, me questiono se falta alguma coisa para se fazer, parece que alguma coisa passa despercebido mas não tenho mais a sensibilidade de tentar decifrar o que é.

Será que estou mesmo sensível ao Espírito Santo ?

Me pergunto se algum dia eu estive... Talvez eu só queira respostas agradáveis ao meu ouvido e dolorosas ao meu coração depois, quem se importa com o que vai me fazer bem no futuro quando vivemos em uma sociedade imediatista, são tempos líquidos, de amores líquidos e histórias superficiais, a originalidade não é mais uma preocupação e a diversidade vai se perdendo em meio a tanta uniformidade.

A relação de seres humanos e tempo tem sido bastante emblemática e, ouso dizer, problemática.

Tudo tem que ser agora, no momento que eu quero, voltamos a ser crianças perdidas no tempo que se acolhem a migalhas do passado e se prendem a ela como um afago, um colo em meio a um mundo frio e sem amor.

Estive questionando em como empatia se tornou uma virtude muita rara, em compensação a frieza tem sido exaltada e ai de quem demonstrar seus sentimentos e ousar ser, pasmem, real.

A uniformidade e a falta de originalidade é muito entediante, talvez seja por isso que as pessoas procuram sempre algo que as faz se sentirem vivas, cada um com um hobbie ou uma obsessão diferente, tentando criar escapes e pequenas estratégias para poder sair da rotina uniforme.

Eu penso que talvez as coisas simples da vida tenham perdido a graça porque os nossos olhos ansiosos almejam sempre mais e mais, nada é suficiente, acho que não conseguimos se contentar com nada porque, na maioria das vezes, se sentimos insuficientes, trazemos isso para a vida e ela se torna o que nós queremos ver.

 A subjetividade tem sido tão rara, esse texto talvez seja um apelo pelo simples e bom da vida.

                                                                  



Obrigada por ler até aqui. 

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